Redes de gestão urbana público privadas
Estudos de caso e análise comparativa das reformas urbanas dos centros históricos de Salvador e Cali.
DOI:
https://doi.org/10.9771/rp.v12i0.59802Palavras-chave:
reforma urbana, redes de gestão urbana, analise comparativa, centros históricosResumo
Este artigo apresenta reflexões teórico-metodológicas que atravessaram a produção da tese de doutorado intitulada “Para quem é a cidade? Redes de gestão público-privadas nas reformas urbanas dos centros históricos de Salvador (Brasil) e Cali (Colômbia)”. Este artigo se debruça sobre as lógicas das redes socioinstitucionais construídas entre os agentes urbanos envolvidos nas reformas urbanas dos centros históricos de Salvador e de Cali. Foram analisados três programas: o “Programa Revitalizar” da reforma urbana contemplada no projeto “Salvador 360°”, da Prefeitura, o “Programa Revive”, do Governo da Bahia, e o Projeto “Cidade Paraíso: um centro para todos”, na cidade de Cali, gerenciado pela Empresa municipal de Renovação Urbana (Emru). Metodologicamente, o estudou se baseou na análise empírica das redes público-privadas de gerenciamento urbano. A partir dessa perspectiva, foi possível identificar em cada caso um conjunto de alianças, estratégias e coalizões que visaram a modernização, recuperação, revitalização e renovação dos respectivos centros urbanos. Nessa linha de argumentação, o artigo ressalta a importância de estudos empíricos e comparativos na sociologia urbana que possibilitem identificar tendências continentais da gestão urbana, assim como os diversos conflitos que surgem ao redor do uso do solo urbano. Conclui-se que a participação nas redes de gestão urbana depende da posse de capital e do nível de articulação política dentro das instituições públicas e privadas envolvidas. Como consequência, essas redes tendem a excluir moradores, pequenos comerciantes e empresários que não possuem os recursos financeiros ou a influência política necessários.