Diálogos transdisciplinares entre a sociologia ambiental, a agroecologia e o saber-fazer camponês
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v11i0.55125Resumo
Neste artigo pretendemos tratar de alguns aspectos relativos à gênese, à manutenção e às reconfigurações tecidas no assentamento rural MAJU, localizado no município de São Sebastião do Passé (BA), após atuações integradas de pesquisa e extensão efetuadas por pesquisadores das áreas das ciências sociais e biológicas, em conjunto com os agricultores assentados, tendo como objetivo a construção de ações para incentivar a transição agroecológica nas práticas agrícolas da comunidade. A discussão será norteada a partir de alguns eventos e enfoques transdisciplinares, deflagrados no assentamento em voga, pelos seguintes atores envolvidos: agricultores familiares, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e membros acadêmicos vinculados à Universidade Federal da Bahia (UFBA), sobretudo os do Projeto Temático (PT08): “A Sociobiodiversidade do Litoral Norte baiano: pesquisa interdisciplinar sobre os saberes e as práticas naturais, a mobilidade, as dinâmicas territoriais e o desenvolvimento rural sustentável em um bioma de Mata Atlântica”, projeto vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (INCTIN-TREE). As descrições e as análises compõem-se de observações in loco, relatos, resgate da memória, documentos oficiais, referências teóricas e realização de cursos, oficinas e experimentos pensados e executados a partir de uma perspectiva dialógica. Os resultados apontaram que as ações desse projeto desenvolvidas no assentamento MAJU trouxeram para a comunidade importantes informações e construção de saberes transdisciplinares sobre sociobiodiversidade, sustentabilidade local, agroecologia, utilização das Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) e ações práticas para uma relação simétrica entre homem e natureza.