As representações cinematográficas dos conflitos socioambientais em torno da Usina Hidrelétrica de Belo Monte na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v11i0.50383Palavras-chave:
Sociologia da Arte, conflitos socioambientais, Usina Hidrelétrica de Belo Monte, AmazôniaResumo
O presente estudo aborda os conflitos socioambientais em torno da construção e execução da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, situada no estado do Pará, por meio da análise de dois filmes documentários que tratam desse problema: Belo Monte: anúncio de uma guerra (2016) de André D’Elia e Belo Monte: depois da inundação (2016) de Todd Southgate. A perspectiva da pesquisa relaciona duas subáreas da sociologia: sociologia do cinema e a sociologia dos conflitos socioambientais, com o objetivo de melhor compreender um dos principais focos de tensão econômica e socioambiental na Amazônia, que são as usinas hidrelétricas, ao lado de outros problemas graves, tais como a ação do agronegócio, a extração de madeiras, a grilagem de terras, a ação do garimpo e as queimadas. O artigo trata das questões de Belo Monte, como um exemplo de conflagração de interesses distintos, de um lado, indígenas, ribeirinhos, pequenos pescadores e agricultores e, de outro, empreiteiras, empresas e o Estado, representado principalmente pelo poder executivo, que na maior parte desses conflitos se coloca ao lado dos empreendimentos privados. Para a realização da pesquisa foi utilizado a análise textual dos filmes, no qual se decompõe a obra fílmica em segmentos a serem estudados separadamente e depois são reagrupados para compreensão totalizante do filme. E para a análise de textos foi aplicada a análise de conteúdo, no qual se observa detidamente os escritos e em seguida faz inferências interpretativas do texto, relacionando as proposições consideradas corretas.