SER NEGRA(O) E ASPIRANTE A ETNÓLOGA(O):
NOTAS SOBRE O TRABALHO DE CAMPO COM OS KIRIRI
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v10i10.37681Palavras-chave:
Kiriri, Etnografia, Autoetnografia, Marcadores Sociais da DiferençaResumo
O presente artigo emergiu da profícua interlocução entre os autores, ao longo da graduação em Ciências Sociais e do trabalho de campo realizado junto ao povo Kiriri, no decorrer dos quais enfrentamos diversos dilemas enquanto jovens pobres e negros advindos do interior, que ingressaram na universidade e iniciaram uma interlocução com os Kiriri. A partir da etnografia que temos produzido e, em certa medida, da nossa autoetnografia, buscamos evidenciar como os marcadores sociais da diferença — gênero, raça, classe, corpo e etc — atravessam nossos corpos e influenciam a produção etnológica por nós elaborada. Tecer uma discussão a partir de corpos subalternos implica, sem dúvida, em questionar a maneira pela qual o conhecimento e as escritas etnográficas são construídas. Enfatizamos a importância das intelectuais, majoritariamente negras, para as análises feitas ao longo do texto, sobretudo defendendo a necessidade dos ditos subalternos serem vistos como produtores de conhecimento e não mais como objetos.