MONTAGEM COMO PROCESSO/PERCURSO, DESMONTAGEM COMO EVENTO/RUPTURA:
SOBRE ALGUNS QUEBRA-CABEÇAS IRRESOLUTOS
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v9i10.37666Palavras-chave:
loucura, saúde mental, etnografia, método, jogo.Resumo
O presente artigo visa apresentar algumas experiências etnográficas a partir do meu trabalho de campo no Hotel da Loucura/ RJ, as quais organizam-se em torno de algumas crises epistêmicas na Antropologia sobre o método etnográfico. A partir dessas experiências esboço algumas reflexões sobre os protocolos e os treinamentos existentes para um(a) antropólogo(a) realizar seu trabalho de campo e sua etnografia, pensando-as como montagens e desmontagens de cenas, experiências, conhecimentos e sentimentos os quais parecem nunca compor um quebra-cabeça que tenha um conjunto finito de peças. Argumento que as montagens são parte de um processo de aprendizagem que compõem um percurso à deriva e a desmontagem é um evento de ruptura com o estabelecido e com o conhecido. A fim de dar corpo a esse argumento, exemplifico com algumas passagens do trabalho de campo, como tais (des)montagens podem ser produzidas no texto. Por fim, discuto sobre as relações entre jogos de montagem e suas correlações com um regime epistêmico moderno, do qual o projeto disciplinar antropológico, centrado na etnografia, é herdeiro.