A arte de etnografar vivências na roda do Lavrado
Experiências, registros e partilhas
DOI:
https://doi.org/10.9771/rp.v10i0.36602Palavras-chave:
antropologia do corpo, registro etnográfico, vivênciasResumo
A intenção principal deste artigo é oferecer algumas reflexões metodológicas sobre o registro etnográfico de vivências grupais de percepção corporal, biodança, danças circulares, yoga e meditação. Iniciamos apresentando o conceito de vivência e de corpo desenvolvidos na Roda do Lavrado, ação de extensão realizada no âmbito do Projeto de Extensão Apoio aos Refugiados em Roraima do Instituto de Antropologia/UFRR. As vivências fazem parte de uma revolução silenciosa, porém contínua na construção de uma cultura do bem viver baseada na integralidade da vida humana. O corpo é a base de nossa experiência relacional. Desse modo, as dinâmicas grupais realizadas na Roda do Lavrado visavam, entre outros objetivos, o desenvolvimento do olhar disponível, a escuta sensível e o tato consciente nas práticas de percepção corporal. Esse enfoque centrado na experiência corporal em grupo e no registro posterior dessas vivências esteve presente de forma contínua nos encontros realizados. Logo, observamos que a etnografia das vivências, mais do que uma técnica, é a arte de registrar e expressar os biorrelacionamentos.