O TRABALHO NÃO AGRÍCOLA COMO ESTRATÉGIA DAS FAMÍLIAS CAMPONESAS DO AGRESTE DE PERNAMBUCO
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v9i9.34747Palavras-chave:
Trabalho não agrícola, Pluriatividade, Costura.Resumo
O presente artigo oferece uma discussão sobre a pluriatividade e o trabalho não agrícola como estratégias de reprodução camponesas. Pretende-se, com isso, compreender a multiplicidade das formas de vida e as estratégias econômicas sob as quais estão organizadas as populações rurais, em regiões nas quais existe um movimento pendular – para mais ou para menos – de combinação de atividades. Corroborando com essa discussão, trago como exemplo o Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco, onde o trabalho não agrícola da costura, vem desde os anos 50, sendo utilizado como uma das principais fontes de renda de algumas famílias rurais locais. A pesquisa empírica, que embasa as discussões presentes neste texto, foi realizada em três comunidades rurais da região e tem como base metodológica a observação participante, o uso do caderno de campo e trinta entrevistas semiestruturadas que foram realizadas com agricultores(as) e/ou costureiros(as). Este artigo procura oferecer uma análise sob o ponto de vista antropológico, valorizando as experiências, narrativas, trajetórias e categorias de pensamento dos indivíduos que compõem o cenário da pesquisa. O estudo considera que existe um equívoco em conceber o campesinato e o trabalho não agrícola como noções excludentes. A partir desta pesquisa, pode-se perceber que o rural não se resume apenas ao agrícola e que a inserção de camponeses em processos de trabalho não agrícolas, não é suficiente para indicar uma ruptura com um modo de vida.