DILEMAS SULINOS: DESAFIOS PARA A INTEGRAÇÃO DO MERCADO DO SUL
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v8i8.23883Palavras-chave:
Ciência Política, Sociologia, Ciências SociaisResumo
O presente artigo almeja analisar as condições atuais para o aprofundamento das relações comerciais e políticas entre os países-membros do MERCOSUL. Partindo da compreensão que um mercado comum é uma política pública nacional e internacional, o artigo analisou a estrutura tecida através de sua historicidade para compreender seus dilemas atuais e sua institucionalidade. Através da análise de dados que nos mostram os tipos de relações comerciais estabelecidas entre os países do MERCOSUL e entre estes e outros países do globo, foi possível observar os dilemas enfrentados para o aprofundamento desse mercado comum. Conclui-se que um dos obstáculos para aprofundamento são as assimetrias econômicas e políticas entre seus membros, o que faz com que as preferências políticas do Brasil (principal membro) estejam voltadas para estratégias de um global player e não focadas na região. Enquanto global player, o interesse do Brasil é manter acordos econômicos com relação à união aduaneira do que aprofundar as raízes de um mercado comum, uma vez que isso demandaria entrega parcial de soberania para instituições supranacionais, o que sem sombra de dúvidas levaria qualquer governo nacional ao desgaste político interno. Essa conjuntura, marcada pela “imobilidade” do mercado comum, só foi possível graças ao fracasso de uma política norte-americana (fast tracks). Caso a Casa Branca tivesse ganhado o aval do Capitólio para efetuar suas políticas econômicas (fast track), o Brasil se encontraria diante de um desafio que prejudicaria sua soberania na América do Sul, criando dificuldade para este se lançar enquanto global player.