O engajamento individual: entre intenção, redes e estruturas
DOI:
https://doi.org/10.9771/revpre.v1i1.14192Resumo
As razões que presidem o engajamento individual em mobilizações e/ou movimentos sociais há muito instigam estudiosos nas Ciências Sociais. Na década de 1960, a questão dos “custos e benefícios” do engajamento foi colocada no centro dos estudos sobre militantismo, a partir de então tal temática vem sendo investigada sob vários vieses por diferentes autores e/ou correntes sociológicas. Ao longo da segunda metade do século XX, sobretudo na França e nos Estados Unidos, muito se dissertou acerca dos motivos, dos fatores que conduzem ao engajamento militante: desde teorias que enfatizam fatores estruturais até teorias que se focam sobre características mais “psicológicas”. Apesar de atualmente ainda não se ter uma clareza sobre tal questão, já há certo consenso de que predisposições individuais (frustrações, descontentamentos, ideologias) e a existência de uma estrutura que “facilite” a ação não são suficientes para explicar o engajamento. Seguindo nessa linha, mais recentemente, muitos trabalhos foram produzidos congregando uma análise que leva em conta as redes e/ou os laços interpessoais (familiares, de amigos, no ambiente de trabalho etc.) como mais um fator a compor o “leque” de condicionantes do engajamento individual. E é justamente nesse sentido que o presente artigo segue, ou seja, objetiva-se aqui demonstrar que as redes e/ou os laços interpessoais podem funcionar muito bem como ligações entre as disposições individuais e as estruturas. Para tanto, foi consultado um conjunto de bibliografias, especialmente norte-americanas e francesas, que representasse as principais produções sobre a temática em questão nos últimos anos. O material analisado nos permitiu perceber que as investigações mais recentes entendem que as redes sociais podem funcionar como meio de mobilização individual em dois sentidos: tanto no sentido de aproximar a pessoa com predisposições à militância das oportunidades de mobilização, quanto como coprodutora da intenção de engajar-se, incentivando ou restringindo a ação individual.Downloads
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Publicado
2013-12-31
Como Citar
de Carvalho, A. M. (2013). O engajamento individual: entre intenção, redes e estruturas. Revista Prelúdios, 1(1). https://doi.org/10.9771/revpre.v1i1.14192
Edição
Seção
Artigos Dossiê