(Re)produzindo o corpo cis

notas sobre o binarismo de sexo-gênero no discurso biomédico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i20.54766

Resumo

Somente na década de 1990, pessoas de identidade sexual entendida como normal pelo discurso biomédico passaram a ser tratadas por um termo próprio: cisgênero. Antes disso, entretanto, sujeitos interpretados como anormais já eram nomeados. O presente trabalho defende que o corpo normal(izado) só pode existir a partir da negação e/ou rejeição do outro, a-normalizado. Articulando uma revisão bibliográfica de genealogias acerca do binarismo sexual a produções sobre a temática de gênero sob a perspectiva da teoria queer, objetiva-se analisar a suposta pré-discursividade da identidade cis, desvelando-a como uma autoatribuição ontológica, que é, de fato, epistemologicamente insustentável. Com isso, conclui-se que vivemos contemporaneamente em uma era somatopolítica na qual as tecnologias de (re)produção do sexo são utilizadas a fim de reinscrever os corpos na lógica dimórfica do binarismo sexual e faz-se propostas para se desbinarizar o discurso biomédico.

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Biografia do Autor

Patrick Braga, IFMS/AQ

Professor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. Mestre em Sociologia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), especialista em Ensino de Sociologia e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Mato Groso do Sul.

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Publicado

2024-03-13

Como Citar

Braga, P. (2024). (Re)produzindo o corpo cis: notas sobre o binarismo de sexo-gênero no discurso biomédico. Revista Periódicus, 1(20), 210–240. https://doi.org/10.9771/peri.v1i20.54766