A teia de solidariedade de gênero, raça e classe na experiência da Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i19.53971

Resumo

A Teia de Solidariedade da Zona Oeste é uma práxis criada pela Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste, na periferia do Rio de Janeiro, como forma de re-existência dentro de um contexto de pandemia marcado por extrema insegurança alimentar e nutricional e pela fragilização da soberania alimentar. Como estratégia de luta, em um território de maioria negra e de maior produção de alimentos da cidade, saímos em defesa do “morar e plantar”, articulando as lutas pela terra, pela moradia, pela alimentação adequada, pelo Bem Viver, pelo autocuidado e cuidado radical e pela saúde integral. Em um ambiente hostil e de militarização, tendo como ênfase a perspectiva da população negra, foi possível suscitar outras práticas de cuidado e cura. Mesmo em um cenário desolador dos pontos de vista social, econômico e político, logrou-se fortalecer uma auto-organização de mulheres, principalmente mulheres negras, com resultados expressivos: entre 2021 e 2022 foram mais de quatro toneladas de alimentos distribuídos comprados diretamente da agricultura local. Cabe enfatizar que esse quadro só foi possível porque já havia um processo de auto-organização precedente nos territórios e também pelas condições de produção de alimentos e água existentes nesta região da cidade.

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Biografia do Autor

Silvia Baptista, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mulher negra, pesquisadora militante da Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste, pedagoga, mestra em Saúde Coletiva, doutoranda em Planejamento Urbano pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ).

Caren Freitas, Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste e Teia de Solidariedade da Zona Oeste

Mulher não branca, graduada em Economia pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana, especialista em Planejamento Urbano e Regional pelo IPPUR e mestre em Desenvolvimento Territorial pelo PPGDT/UFRRJ. É integrante da Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste e Teia de Solidariedade da Zona Oeste.

Mariana Bruce, Universidade Federal Fluminense

Mulher branca antirracista, pesquisadora militante, professora adjunta de História da América Contemporânea da Universidade Federal Fluminense, pesquisadora do Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC/UFF) e colaboradora da Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste e da Teia de Solidariedade da Zona Oeste (Rio de Janeiro/Brasil).

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Publicado

2023-08-29

Como Citar

Baptista, S., Freitas, C., & Bruce, M. (2023). A teia de solidariedade de gênero, raça e classe na experiência da Coletiva Popular de Mulheres da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Revista Periódicus, 1(19), 194–207. https://doi.org/10.9771/peri.v1i19.53971