Vozes alienígenas: Viagem de um homem trans do século XX na estética dos cantores emasculados (castrati)
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i12.33229Resumo
Por vontade de Sisto V, no final do século XVI, as mulheres foram proibidas de se apresentarem nas peças teatrais e, em Territórios Eclesiásticos, de cantar durante as funções litúrgicas. Por quase três séculos, a cena do “belcanto” italiano foi dominada pelos cantores castrati, homens cisgêneros que foram castrados antes da voz mudar, com a finalidade de manter sua capacidade de cantar com um registro agudo, compensando a falta de mulheres nos palcos e nas igrejas. Embora nessa prática não houvesse a vontade de criar um terceiro sexo, o grande sucesso desses cantores, além das inquestionáveis habilidades vocais, estava fortemente ligado à perturbação de gênero que causavam na plateia. Neste artigo, por meio de meu olhar particular de homem transexual, ativista, erudito e cantor pelo prazer (amador) do repertório barroco, procuro expor os pontos de convergência entre o uso da voz e dos corpos dos cantores castrati e o dos transexuais de nosso tempo, para refletir sobre algumas questões de gênero na música, também, para trazer a reflexão para quem hoje acredita que eles são os herdeiros desses artistas quase mitológicos.Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Egon Botteghi, Lorenzo Scremim, Joice Aglae Brondani
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob Licença Creative Commons Attribution Noncommercial que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sendo vedado o uso com fins comerciais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).