“Com quantos quilos de medo se faz uma tradição?”: a heteronormatividade como constituinte das relações socioafetivas e das territorialidades das Repúblicas Masculinas Federais de Ouro Preto, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v2i14.31470Resumo
Em tempos de repressão e limitação de direitos, o presente artigo vem colocar em foco discussões acerca da heteronormatividade no ambiente republicano da tradicional cidade histórica mineira Ouro Preto. A cidade, a casa, a rua não são categorias meramente geofísicas, mas políticas, sociais e afetivas. Nesse sentido, esses espaços carregam uma série de dispositivos normativos morais e sexuais, que pressupõem também a (re)produção da heteronormatividade. Uma república estudantil pode ser hétero? Um espaço de heteronormatividade demarcada? Quais os limites dos acionamentos identitários sexuais desses espaços privados? Como eles são negociados e reafirmados dentro de um contexto urbano e de sociabilidade estudantil? São essas inquietações que, ao longo deste texto, pretendemos discutir e aprofundar. Em um primeiro momento, articulando heteronormatividade e espaço, discutimos a relação entre a ocupação dos espaços, a construção da identidade territorial deles e a produção de territorialidades. Apresentamos, também, em forma de atos, como que a heteronormatividade constitui a sociabilidade dentro das repúblicas.
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Copyright (c) 2021 Yuri Alexandre Estevão-Rezende, Marcus Vinicius Pereira das Dores
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