Quando a "interdição" tenta invadir a escola e "ex-comungar" as diferenças: algumas reflexões (in)discretas sobre o projeto "Escola Sem Partido"

Autores

  • Esmael Alves de Oliveira Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
  • Guilherme Rodrigues Passamani Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  • Tiago Duque Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v2i11.28613

Resumo

Neste artigo buscamos refletir sobre as tramas discursivas que cercam o projeto “Escola sem partido” a partir de dois eventos políticos ocorridos respectivamente nas cidades de Dourados e Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Se, como afirma Foucault (2012), o discurso não é transparente, ao mapearmos as redes político-ideológicas que dão corpo a tal projeto, por meio dos atores envolvidos, dos argumentos e categorias utilizadas, do contexto político-social em que se insere e dos jogos de interesses, objetivamos perceber as contradições, os embaraços, os tensionamentos e os pontos cegos presentes no próprio discurso, que nos permitem questionar os dispositivos de “verdade” e “imparcialidade” em que se buscam resguardar. Ao contrário do que afirma e pretende, uma escola sem partido é não apenas impossível, inviável e insustentável, mas também indesejável.

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Biografia do Autor

Esmael Alves de Oliveira, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD

Professor Adjunto, em regime de dedicação exclusiva, do curso de Ciências Sociais, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt) da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados (FCH/UFGD) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPGAS/UFMS). Possui graduação em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM (2007); Especialização em Antropologia -UFAM (2008); Mestrado em Antropologia Social - PPGAS/UFAM (2009); Doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina - PPGAS/UFSC (2014), com estágio doutoral na Universidade Eduardo Mondlane (UEM/Moçambique). Pesquisador vinculado ao Grupo de Pesquisa sobre Justiça, Multiculturalismo e Sociedade (DIVERSO/UFGD). Atualmente realiza pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS) junto ao Núcleo de Pesquisa em Antropologia do Corpo e da Saúde (Nupacs). Áreas de interesse: Antropologia Urbana, Cinema/Imagens, Antropologia do Corpo e da Saúde, Gênero e Sexualidade.

Guilherme Rodrigues Passamani, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Professor Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Graduado em Ciências Sociais e História nas habilitações de licenciatura e bacharelado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Integração Latino-Americana, com área de concentração em História Latino-Americana, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutor em Ciências Sociais na área de Estudos de Gênero pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisador visitante na Universidade de Coimbra (Portugal) entre 2007/2008 e pesquisador visitante na Universidade do Colorado - Boulder (Estados Unidos) entre 2014/2015. Coordenador do Núcleo de Estudos Néstor Perlongher - Cidade, Geração e Sexualidade (NENP/UFMS/CNPq). Autor dos livros O arco-íris (des)coberto (EdUFSM) e Na batida da concha: sociabilidades juvenis e homossexualidades reservadas no interior do Rio Grande do Sul (EdUFSM). Organizador das coletâneas Ciclo de cinema: entre histórias, teorias e reflexões (EdUFMS) e (Contra)Pontos: ensaios de gênero, sexualidade e diversidade sexual (EdUFMS). Tem experiência nas áreas de Sociologia e Antropologia. Principais temas de pesquisa: antropologia urbana, cidade, prostituição masculina, envelhecimento, condutas homossexuais, interseccionalidades e marcadores sociais de diferença.

Tiago Duque, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

 

Tiago Duque é professor do Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Campus de Campo Grande), do Mestrado em Educação (Campus do Pantanal - Corumbá) e do Mestrado em Antropologia Social da Faculdade de Ciências Humanas (FACH). Possui doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2013) e mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar (2009). Fez bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais (2005) e bacharelado em Ciências Religiosas (1999) pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas. Foi professor e coordenou a área de sociologia no Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES) da mesma instituição. Também tem experiência como professor no Ensino Fundamental e Médio, Educação Social de Rua, Movimentos Sociais e Educação à Distância. Atuou no Governo Municipal de Campinas, na Secretaria de Saúde, como assessor do Núcleo de Educação e Comunicação Social (NECS) do Programa Municipal de DST/Aids. Participou da implementação da Área de Pesquisa "Diversidade sexual, poder e diferença" junto ao PAGU - Núcleo de Estudos de Gênero - UNICAMP. É coordenador do Impróprias - Grupo de pesquisa em gênero, sexualidade e diferenças (CNPq/UFMS). É membro da Comissão Permanente Consultiva de Ações Afirmativas da UFMS. Está como coordenador do GT 23 - "Gênero, Sexualidade e Educação" da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação da Região Centro-Oeste (ANPed -CO).

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Publicado

2019-11-29

Como Citar

Oliveira, E. A. de, Passamani, G. R., & Duque, T. (2019). Quando a "interdição" tenta invadir a escola e "ex-comungar" as diferenças: algumas reflexões (in)discretas sobre o projeto "Escola Sem Partido". Revista Periódicus, 2(11), 142–160. https://doi.org/10.9771/peri.v2i11.28613

Edição

Seção

Seção Livre