Infância, arte, gênero, sexualidade e educação: a mordaça e a criminalização em nome da proteção
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i9.25787Resumo
Este artigo tem como principal objetivo pôr em discussão marcadores analíticos para a compreensão das infâncias, sexualidades e gêneros, tomando a arte como um campo de problematizações sobre as relações entre essas categorias. Desse modo, tomamos como foco os ataques mobilizados a partir de duas exposições artísticas, ocorridos em setembro de 2017, no Brasil: “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”; e a performance “La Bête”, em que um artista nu tem partes de seu corpo tocadas por uma menina e sua mãe, na 35ª Mostra do Panorama de Arte Brasileira, ocorrida no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo. Para tanto, analisamos alguns dos comentários de internautas na página do Facebook do Movimento Brasil Livre (MBL), que tem protagonizado uma série de ações políticas de caráter conservador no cenário nacional, sobre essas exposições artísticas. Pelo viés da perspectiva dos estudos feministas e queer, analisamos como a arte e a infância vão sendo enredadas nas discursividades produtoras de normalidade sob o argumento da proteção. A infância protegida deve, portanto, ser vigiada, controlada e bem conduzida para que seu produto final – o adulto – reflita o progresso, a normalidade e a continuidade dos valores patriarcais e heteronormativos, que perpetuam uma família ideal e a humanidade. Além disso, a proteção da infância tem operado como um discurso que tem se reverberado nas políticas conservadoras atuais, as quais trazem, para a pauta da educação das crianças e de suas existências, a moralidade, a produtividade e o empreendedorismo como as rotas ideais da vida.
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