Trejeitos e trajetos de gayzinhos afeminados, viadinhos e bichinhas pretas na educação!
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i9.25762Resumo
Neste artigo, extraído da minha tese de doutorado, analiso as experiências de gays afeminados, viados e bichas pretas na escola, procurando identificar os elementos que incidem nos processos de subjetivação das experiências negras que fogem à norma cis heterossexual. Utilizei a metodologia das (auto)biografias proposta pelo pesquisador Marcio Caetano (2016), por estas se constituírem como fragmentos que apresentam a vida com base em diversos pontos de vista dos sujeitos. O conceito de interseccionalidade desenvolvido pela jurista negra estadunidense Kimberlé Crenshaw possibilitou o revezamento entre diversas áreas do conhecimento, como os estudos das relações étnico- raciais, os estudos de gênero e diversidade sexual e os estudos feministas. Sendo assim, este trabalho se caracteriza por uma pesquisa bibliográfica que preparou o terreno para colocar em ação o método (auto)biográfico. Quatro professores em atividade em escolas públicas no Paraná e no Rio de Janeiro, que escapam às práticas da cis heterossexualidade normativa e da branquidade hegemônica, são os personagens desta pesquisa. Através de suas narrativas foi possível pautar o vocábulo “preto/a” como categoria de análise e não como simples adjetivo, bem como as categorias gay afeminado, viado e bicha. Nenhuma categoria aqui debatida foi tratada como algo estático, fixo, cristalizado, numa oposição declarada às visões essencialistas que generalizam existências desconsiderando os múltiplos processos que as envolvem.
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