Entre o Diabo e Diadorim: psicanálise e gênero em Grande sertão: veredas

Autores

  • Vinícius Moreira Lima Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i10.22948

Resumo

Neste trabalho, partimos das duas questões que assolam o narrador Riobaldo, em Grande sertão: veredas, isto é, a existência do Diabo e o amor por seu amigo Diadorim, para discutir como o pulsional e a presença do inconsciente, ao dividirem o sujeito, promovem uma espécie de despossessão identitária, um descentramento em relação às formas narrativas do eu. A partir disso, fomos levados a confrontar os sofrimentos de determinação excessiva — a que Riobaldo se prende — com as experiências produtivas de indeterminação, que Diadorim personifica, ao operar como causa de desejo para o narrador, fazendo vacilar sua gramática identitária habitual em meio ao regime de heterossexualidade compulsória da jagunçagem. Assinalamos na direção de algo do pulsional que aponta para um fundo de indeterminação a corroer as tentativas de determinação normativa de identidades.

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Biografia do Autor

Vinícius Moreira Lima, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduando em Psicologia pela UFMG, pesquisador na área de psicanálise e teoria queer, bolsista de iniciação científica pelo PIBIC-CNPq.

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Publicado

2018-12-18

Como Citar

Lima, V. M. (2018). Entre o Diabo e Diadorim: psicanálise e gênero em Grande sertão: veredas. Revista Periódicus, 1(10), 327–342. https://doi.org/10.9771/peri.v1i10.22948