Para pensar a cisheteronormatividade na psicologia: lições tomadas do transfeminismo

Autores

  • Amana Rocha Mattos
  • Maria Luiza Rovaris Cidade

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17181

Resumo

Este artigo discute, numa perspectiva crítica, a reiteração da cisheteronormatividade em teorias e práticas da psicologia, problematizando sua função como matriz normativa e ideal regulador nesse campo de saber. Partindo de nossas pesquisas, práticas profissionais e ativismos, propomos diálogos com autoras e ativistas transfeministas que oferecem caminhos para produções críticas em psicologia ao apresentarem o conceito de
cisgeneridade. Nesse sentido, analisamos excertos presentes em manuais de psicologia que, em consonância com as teorias desenvolvimentistas, colocam em segundo plano as discussões relacionadas a gênero e sexualidade, a partir de perspectivas deterministas e dicotômicas. Assim, neste artigo, problematizamos a psicologia cientifica a partir de duas de suas perspectivas fundamentais: o conceito de socialização de gênero, que preconiza a dicotomia natureza x cultura e a aprendizagem de papéis sexuais; e a consequente criminalização das experiências de pessoas trans por parte de discursos e práticas psicológicas. Propomos que as perspectivas transfeministas, como literatura de fronteira, permitem-nos refazer nossas referências, matrizes epistêmicas e práticas profissionais, não somente relacionadas à afirmação da autoatribuição das identidades de gênero, como também às dimensões analíticas das múltiplas categorias interseccionais.

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Publicado

2016-07-15

Como Citar

Mattos, A. R., & Cidade, M. L. R. (2016). Para pensar a cisheteronormatividade na psicologia: lições tomadas do transfeminismo. Revista Periódicus, 1(5), 132–153. https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17181