Periódicus adia prazo de envio de textos para seu quinto número

2016-02-16

A Periódicus, revista de estudos indisciplinares em gêneros e sexualidades, adiou o prazo de recebimento de textos para o dossiê e sessão livre do seu quinto número, que deve ser lançado em maio de 2016. Intitulado “Corpo, política, psicologia e psicanálise: a produção de saber nas construções transidentitárias”, o dossiê será organizado por Patricia Porchat, professora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (campus Bauru), e Thamy Ayouch, professor da Universidade de Lille 3.(leia chamada abaixo).

Os textos deverão ser enviados exclusivamente para o e-mail revistaperiodicus@ufba.br até dia 15 de março de 2016 dentro das normas disponíveis no site da revista (http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaperiodicus). A sessão livre também recebe submissões em fluxo contínuo.

A revista Periódicus é uma publicação online semestral de divulgação científica do grupo de pesquisa CUS - Cultura e Sexualidade, criado em 2007 e vinculado à Universidade Federal da Bahia, ao Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, ao Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade e ao Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT). O objetivo principal da revista é divulgar, traduzir e fomentar os estudos queer em diálogos com os estudos decoloniais e das subalternidades. A revista publicou, em seu número quatro, um dossiê intitulado "Guerrilha de linguagem: re(ex)sistência cultural e subversão dos regimes de poder" (foto capa).

Proposta do próximo dossiê:

O próximo número da revista Periódicus será dedicado à discussão dos impasses e das soluções possíveis no campo da saúde das pessoas trans. Politizar a conversa entre a psicologia e a psicanálise sobre as transidentidades visa a aproximar o mundo psi, o saber médico e o psiquiátrico da multiplicidade de experiências de pessoas que questionam a pertinência às categorias de sexo e de gênero tradicionais. As psicologias e a psicanálise, com raras exceções, reforçaram nos últimos anos o uso de diagnósticos que operam na chave da patologização. O direito à construção e modificação do corpo está no cerne desse debate. O diálogo com o saber médico e psiquiátrico chegou a um impasse, senão a um esgotamento. A psicanálise e a psicologia só vão caminhar se permitirem às pessoas trans serem sujeitos e produtores de um saber e não objetos de um discurso científico sobre si próprias. Para esse dossiê buscamos dar visibilidade a saberes locais, minoritários e deslocalizados das experiências transidentitárias, devolvendo às pessoas trans a posição de sujeitos da sua fala. Também buscamos praticantes de uma psicologia e de uma psicanálise que se definam como escuta da hipersingularidade e renunciem a ocupar uma posição de poder. Este questionamento das teorias oficiais da psicanálise sobre transidentidades pelos saberes subalternos trans é, a nosso ver, a única garantia de manutenção de uma perspectiva verdadeiramente crítica na psicánalise. Pretende-se alcançar a produção de um saber trans que possa inovar o campo psi.