ENCARNADO: uma leitura coreopolítica do projeto da Lia Rodrigues na favela da Maré

Autores

  • Adriana Pavlova (Universidade Federal do Rio de Janeiro) UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.9771/2317-3777dança.v4i2.16175

Palavras-chave:

dança, coreopolítica, favela

Resumo

Este artigo investiga os primeiros momentos da experiência da Lia Rodrigues Companhia de Danças no Complexo de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro, após a chegada o grupo para residência, em 2004. A análise é feita a partir do primeiro espetáculo criado na Maré, Encarnado, de 2005, levando em conta o conceito de "coreopolítica", cunhado por André Lepecki (2012), e a ideia de "política do chão", de Paul Carter (1996).  É apresentado o processo de criação do trabalho e sua inspiração no ensaio Diante da dor dos outros, de Susan Sontag (2003), usado para refletir sobre o impacto da chegada ao chão da Maré, seus afetos, sentidos e fantasmas. Com base nas reflexões de Eliana Sousa Silva (2012), o estudo problematiza também a questão da violência na Maré, para mostrar, em seguida, que Encarnado é um mergulho no chão repleto de fissuras e paradoxos da favela, um jeito de remexer um Rio de Janeiro que reflete mundos não idealizados, um manifesto contra o alisamento colonialista do chão no Ocidente e a sempre aguardada “beleza” da dança.

 

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Biografia do Autor

Adriana Pavlova (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRJ

ADRIANA PAVLOVA é mestre em Artes da Cena pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a dissertação "Dança e Política: Movimentos da Lia Rodrigues Companhia de Danças na Maré", para a qual contou com bolsa da Capes. Tem graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense. Como jornalista, especializou-se na pesquisa de dança, tendo publicado mais de mil textos sobre o assunto em dois dos maiores jornais do país: escreveu durante dez anos no Segundo Caderno do jornal O Globo (1995 a 2005) e outros três no caderno Ilustrada do jornal Folha de S.Paulo (2007 a 2010), além de ter assinado reportagens sobre o tema para diferentes revistas, como Bravo e Época São Paulo. Desde fevereiro de 2013, é crítica de dança do jornal O Globo. Ainda na área escreveu dois livros: "Coreografia de uma década: O Panorama RioArte de Dança" (Casa da Palavra, 2001) e "Maria Olenewa, A Sacerdotisa da Dança" (Coleção Memória do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 2001). Já esteve na Rússia para fazer reportagens sobre o Balé Bolshoi, viajou ao Japão para escrever sobre o Balé de Tóquio e para a França para conhecer as instalações do Balé da Ópera de Paris, além de ter coberto, em 1996, a Bienal de Dança de Lyon, que homenageou o Brasil. No ano de 2000, foi bolsista da Maison des Cultures du Monde, na França, com um projeto de pesquisa para conhecer os centros coreográficos daquele país. Em 2002, ganhou o principal prêmio de jornalismo impresso, categoria dança, do Prêmio de Jornalismo Cultural do Festival de Ópera de Manaus. Em 1999, foi bolsista do programa RioArte de Bolsas, da Prefeitura do Rio de Janeiro, que resultou na pesquisa "Explosão de Movimentos - A dança contemporânea carioca nos anos 1990", um livro-reportagem para o qual entrevistou 62 profissionais e estudiosos da área. Como jornalista freelancer, colaborou regularmente com diferentes publicações nacionais, como as revistas Exame, Vogue, Veja, TAM, Cláudia, Casa Cláudia, Piauí, Revista Época São Paulo, além de já ter escrito para o jornal O Estado de S.Paulo. De 2002 a 2003, como voluntária, concebeu e coordenou o projeto Experiência de Construção do Olhar na ONG Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm, atual Redes de Desenvolvimento da Maré), no Complexo de Favelas da Maré, Rio de Janeiro, RJ. Foi gerente de comunicação do Museu da Língua Portuguesa e do Museu do Futebol, em São Paulo, em 2012, e ainda gerenciou a área de assessoria de imprensa da Espalhe Marketing de Guerrilha de 2010 a 2012, tendo como clientes Fiat Automóveis e Kraft Foods.

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Publicado

2017-01-23

Como Citar

Pavlova (Universidade Federal do Rio de Janeiro), A. (2017). ENCARNADO: uma leitura coreopolítica do projeto da Lia Rodrigues na favela da Maré. DANÇA: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Dança, 4(7). https://doi.org/10.9771/2317-3777dança.v4i2.16175

Edição

Seção

Artigos