Fatores determinantes da disponibilidade municipal dos financiamentos do BNDES
Palavras-chave:
Teoria Monetária Pós-Keynesiana, Finanças Regionais, BNDESResumo
O artigo aborda uma das formas de financiamento praticada pelo BNDES, através de agentes, denominada de operação indireta. Ela surgiu da necessidade de se obter ampla alcance espacial para os recursos desse Banco, favorecendo as pequenas e médias empresas. O texto problematiza a relevância do sistema bancária nacional na oferta desses recursos, destacando que, ao tempo em que permitiu que estes chegassem em toda localidade onde há uma agência bancária, por outro lado os submeteu não só à lógica concorrencial bancária, mas também às diferenças regionais, determinadas por fatores históricos. Dito de outra forma, na perspectiva pós-keynesiana, além da preferência pela liquidez, decorrente da incerteza, outros elementos, como o desenvolvimento das instituições e as limitações da informação, interferem no comportamento dos agentes, afetando
o crédito tanto do ponto de vista macroeconômico, quanto regional. Fundado nessa concepção teórica e com uso de um conjunto de dados para o período 2002/2012, analisa-se, inicialmente, a relevância das operações indiretas, seguida das relações que se estabelecem entre o BNDES e os bancos nacionais e o comportamento regionalmente diferenciado do sistema bancário. A articulação desse conjunto de dados permite inferir que a concentração espacial dos repasses do BNDES não pode ser explicado apenas pelas diferenças entre as estruturas produtivas locais.