Agências reguladoras e contratos de gestão: uma análise dos aspectos relacionados a avaliação dos órgãos reguladores no Brasil
Palavras-chave:
Agências reguladoras, Avaliação de agências, Contratos de gestãoResumo
O objetivo deste trabalho é identificar e analisar as facetas institucionais e políticas da criação dos órgãos reguladores no Brasil e fatores associados a avaliação de desempenho de tais arranjos através dos mecanismos de controle político existentes, tendo como suporte teórico os pressupostos da teoria da agência. Para tanto, propomos uma visão crítica da construção liberal do pensamento de regulação, nos moldes de uma pesquisa simples de análise das características gerais que permeiam essas instituições como a criação e avaliação de desempenho de tais órgãos sem a realização de um estudo empírico sobre a temática em apreço. A partir do estudo realizado, pode-se concluir que, apesar dos avanços, o Brasil não possui um modelo ideal de avaliação de desempenho das agências reguladoras, primeiro pela falta de padronização, segundo pela falta de foco na missão estratégica de tais órgãos em promover um equilíbrio econômico como proteção ao consumidor e a avaliação do impacto regulatório conta ainda com pontos de melhoria e aperfeiçoamento dessas práticas que podem ser aperfeiçoadas com base em estudos comparativos da performance de tais arranjos no Governo Fernando Henrique com governos atuais. Isso pode evidenciar se tais arranjos reguladores são capturados por atores políticos ou caminham na direção de garantir o fornecimento satisfatório de serviços públicos realizados por entes privados.
Downloads
Referências
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Prestação de contas. Disponível em <http://www.ans.gov.br/index.php/aans/transparencia-institucional/prestacao-de-contas/155-contratos-de-gestao>. Acesso em: 26 nov 2018.
BESANKO, D.; DRANOVE, D.; SHANLEY, M.; SCHAFEFER, S. A Economia da Estratégia. 3 ed. Bookman: Porto Alegre (cap 3), 2006.
CAMPOS, Anna Maria; AVILA, Jorge Paula Costa; DA SILVA JR, Dércio Santiago. Avaliação de agências reguladoras: uma agenda de desafios para a sociedade brasileira. Revista de Administração Pública, v. 34, n. 5, p. 29-46, 2000.
DI PIETRO, Maria S. Z. Direito administrativo. 13. Ed. São Paulo: Atlas, 2001.
EISENHARDT, K. M. Agency Theory: An Assessment And Review Academy of Management. The Academy of Management Review. v 14, n. 1, Jan. 1989.
HORTALLE, V.A.; DUPRAT, P. O contrato de gestão na reforma do subsistema hospitalar francês: contribuição à discussão sobre a descentralização dos serviços de saúde no Brasil. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, 33 (2) 7-22, Mar/abr, 1999.
GOMES, E. G. M., As agências reguladoras independentes e o Tribunal de Contas da União: conflito de jurisdições? Revista de Administração Pública, v. 40, n. 4, p. 615–630, 2006.
Instrução Normativa (IN) Nº 05. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPOG), 26 maio, 2017.
ÂMBITO JURÍDICO.com.br Administrativo: Contratos de Gestão. Disponível em: <http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=645>. Acesso em: 03 dez 2018.
MEIRELLES, F.; OLIVA, R. Delegação e controle político das agências reguladoras no Brasil, Revista de Administração Pública, v. 40, n. 4, p. 545–565, 2006.
MILGROM, P. R.; ROBERTS, J. D. Economics, organization and management. 1992.
OLIVEIRA, G.; WERNECK, B.; MACHADO, E. L. Agências reguladoras: a experiência internacional e a avaliação da proposta de lei geral brasileira. Brasília: CNI, Confederação Nacional da Indústria, 2004.
PECI, A; CAVALCANTI, B. Para uma leitura política do ambiente regulatório brasileiro: Agências reguladoras e relações com os principais atores políticos. In: VI Congresso Internacional do CLAD sobre a Reforma do Estado e a Administração Pública, 2001, Buenos Aires. Anais CLAD, 2001.
PECI, A. Reforma regulatória brasileira dos anos 90 à luz do modelo de Kleber Nascimento Revista de Administração Contemporânea vol.11 no.1 Curitiba. Jan./Mar. 2007.
PECI, A. Avaliação do impacto regulatório e sua difusão no contexto brasileiro.RAE-Revista de Administração de Empresas, vol. 51, n. 4, jul-ago 2011.
POLANYI, K. A grande transformação. 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
RIBEIRO, J.M. Contratos de gestão no Brasil: administração pública consensual ou fuga do estado? 2010.
SALGADO, L. H. Agências regulatórias na experiência brasileira: um panorama do atual desenho institucional. 2003.
VAN BREDA, M. F. Developing resilience to routine separations: An occupational social work intervention. Families in Society: The Journal of Contemporary Social Services, 1999, 80.6: 597-605.
______________; HENDRIKSEN, E. S. 1999. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas-1999, 1999.
VANDERLEY, S. www.govmunicipal.com.br, Brasil, 17.01.2015.
VARGAS, A. Anotações sobre o Contrato de Gestão. Debates GV Saúde, Volume 1, 1º semestre de 2006.
WILLIAMSON, O. E. Transaction cost economics. Handbook of industrial organization, 1989, 1: 135-182.