Marx, J. Chasin e o esclarecimento da ontonegatividade da política
Resumo
O presente trabalho aborda o tema da práxis social política e da possibilidade da emancipação social tal como desenvolvida na reflexão primígena de Marx. Para isto, compreende-se por fundamental o volteio ao emblemático e seminal texto de José Chasin, A Detrminação Ontonegativa da Politicidade, que trata dos textos da juventude do autor alemão: A crítica da filosofia do direito de Hegel, sua Introdução e sobre a questão judaica. Redigidos em sequência cronológica, nos anos de 1843/1844, os textos propiciam os elementos necessários para estabelecer as causalidades e compreender a reflexão política marxiana, calcada no trânsito entre o entendimento político e o social. Num primeiro momento demarca-se: a) como esse deslocamento se dá ainda no interior da lógica política, quando na crítica aos pressupostos contraditórios simultaneamente da sociedade civil-burguesa e de sua expressão ideal, a filosofia do direito de Hegel, Marx aponta como saída aos dilemas e tautologias a verdadeira democracia, isto é, firma política depurada de figuras burocráticas e alienadas. Num segundo momento: b) em diálogo com o neo-hegeliano Bruno Bauer, a proposição marxiana toma a forma da emancipação humana, na qual a forma política perde altura e centralidade resolutivas — ainda que comparecendo como etapa necessária — e dá lugar a uma intuição mais acabada neste plano, a superação da ordem societal burguesa e de seu metabolismo, ausente naquele primeiro momento.