Da Utopia às Utopias
Resumo
Este ensaio argumenta que não se deve Utopia, mas sim várias. Utopia, no singular, seria o equivalente à aplicação de um modelo ao mundo, transformando nossa vida em mera transposição entre o passado e o modelo planejado, em uma eterna postergação da vontade humana. Em oposição, buscar viver utopias, no plural, possibilita vislumbrar um mundo de inúmeras possibilidades que mais nos satisfaça. É a formação de ideais que podem, situacionalmente e somente assim, serem perfeitos. Assim, utopia deve ser entendida como parte de uma multiplicidade, já que é sempre só uma das utopias possíveis. Estas são possíveis, mas jamais podem ser prescritas: elas podem tomar diversas formas. O que importa é que sejam horizontes múltiplos na nossa imaginação, permitindo a vazão da vontade humana.