ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DELIBERATIVA: INTELIGÊNCIA COLETIVA E INOVAÇÃO INSTITUCIONAL A SERVIÇO DO PÚBLICO
Resumo
A Administração Pública Deliberativa é uma aposta política na transformação progressista e progressiva da administração pública, sobretudo em países como o Brasil cujos experimentos acumulados de participação cidadã têm-se destacado mundo afora. Para tanto, argumenta-se em favor da participação social como método de governo, buscando desarmar algumas das proposições frequentemente utilizadas para minimizar ou mesmo ridicularizar a participação social em processos de governo. Adicionalmente, defende-se a necessidade de reinventar a democracia, alertando para a falência das formas tradicionais de se fazer política e, consequentemente, para a incapacidade dos governos atuais de governar e dos cidadãos de governar os seus próprios governos. Daí a necessidade de se recuperar a boa política como forma de superar a barbárie moral que tomou conta das relações políticas e das próprias
administrações públicas no Brasil e no mundo. Por fim, trata-se de desenvolver novas capacidades administrativas para que os governos sejam capazes de melhor comunicar os seus planos, objetivos e metas, tanto internamente como junto à sociedade. Para tanto, o texto estabelece os fundamentos desta nova proposta de governança da coisa pública: i) menos especialização e mais criatividade; ii) menos dados e mais filosofia; e iii) menos endogamia e mais diversidade. Em suma, apostar em habilidades relacionais (de natureza tecnopolítica) das novas gerações de dirigentes e servidores públicos em formação, como também na capacidade de aprendizagem institucional decorrente tanto da inteligência coletiva já instalada em nossas repartições públicas como das práticas participativas e deliberativas já em uso no seu interior.
Palavras-chave: Administração pública deliberativa; República; Democracia; Desenvolvimento