CONTROLE SOCIAL NO BRASIL: A ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA COMO TRANSFORMADORA DA PERCEPÇÃO DO GESTOR PÚBLICO NA SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE
Resumo
Este artigo busca mostrar onde os conceitos da Administração Política podem trazer contribuições consideráveis para o avanço da participação da sociedade brasileira nas ações de controle do Estado em função de sua efetiva ampliação na percepção do gestor público quanto à integração da população nas decisões do governo, no monitoramento dos gastos públicos e no combate à corrupção. Entendendo que a Administração Política pode ser colocada como possibilidade de crítica à gestão das relações sociais para além do ambiente empresarial, o presente trabalho aborda dois estudos de campo realizados entre os anos 2011 e 2012 na 1.a Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (1.a Consocial), onde ambos buscaram compreender,
de maneira distinta, os possíveis fatores explicativos do baixo grau de participação social no Brasil através da percepção dos conferencistas sobre os temas transparência, controle social, combate à corrupção e a relevância do papel dos órgãos de
controle do Estado brasileiro. Com base na análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas realizadas no evento e nas propostas aprovadas na conferência para a elaboração do Plano Nacional de Transparência e Controle Social do país, buscou-se
identificar o papel do gestor público quanto às mudanças de concepção nos diferentes níveis de governo que englobam aspectos culturais, simbólicos e ideológicos. O resultado alcançado contribui para uma crítica aos avanços do governo federal quanto
ao cumprimento de tratados internacionais para ampliação da transparência e do controle das ações de governo no Brasil e a face contraditória, autoritária e patrimonialista que prevalece nos estados e nos municípios do país.
Palavras-chave: Gestão pública. Transparência. Controle social. Corrupção. Administração
Política.