ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA E SABER BIJAGÓS: UMA PERSPECTIVA ANALÍTICA DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA GUINÉ-BISSAU

Autores

  • AUGUSTO CARDOSO Universidade Federal da Bahia, UFBA

Resumo

Este artigo analisa a relação existente entre Administração Política e a conservação da biodiversidade na Guiné-Bissau, abordando o modo como o Estado guineense tem criado e implementado os instrumentos legais de gestão do saber tradicional Bijagós na conservação da biodiversidade no Arquipélago. A emergência da crise ambiental mundial e a desigualdade social são fenômenos que vieram mobilizar o pensamento teórico acadêmico universal,
tendo como finalidade compreender a problemática criada por um processo que se alimenta da distribuição de suas bases ecológicas de sustentabilidade. O entendimento das relações
dessa emergência de crise ambiental mundial, especificamente, entre as comunidades tradicionais e a natureza, exige um esforço do homem moderno de operar com as complexidades contemporâneas globais, uma vez que as contradições dos interesses, presentes nas pautas das negociações mundiais, articulam-se nas esferas internacionais e não no local. Os efeitos
dessas decisões, que estão sendo tomadas nesses fóruns e encontros dos Chefes dos Estados, refletem-se, diretamente, nas estratégias e nos modos de vida em nível local; o local que é
ligado por várias vias ao global. A revisão desses conteúdos impostos em pauta pela “administração política global” não pode mais abstrair essa realidade contemporânea da crise ambiental. A abordagem teórica baseia-se no quadro da Administração Política, especialmente, na sua vertente sociocultural, estudo das relações entre culturas e meio ambiente para o bem-estar da coletividade. Empregaram-se as seguintes técnicas de levantamento de dados:
análise documental e revisão bibliográfica. Nesse contexto, o Estado guineense considera-se que esse instrumento legal de conservação da biodiversidade, dá-se pela relação entre sociedade e natureza na comunidade Bijagós e caracteriza-se pela apropriação coletiva da natureza e pelo respeito aos seus ciclos e ritmos, sendo que, para a etnia Bijagós, a natureza é
sagrada, religiosa, mística e a produção do valor de uso  sobrepõe-se ao valor da troca, onde a estrutura administrativa do homem Bijagó é baseada numa política hierarquizada, mas a
sua dimensão econômica e sociocultural de gestão do saber e acontecimento público dá a todos do arquipélago a oportunidade de se relacionarem de uma forma coletiva e solidária, de  superarem os problemas cotidianos, permitindo, assim, a todos os mesmos privilégios das vantagens que o Arquipélago oferece-lhes para satisfazerem as necessidades da vida habitual sem perder de vista as gerações futuras.


Palavras-chave: Administração Política; Propriedade Bijagós; Gestão da Biodiversidade e Saber Tradicional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

AUGUSTO CARDOSO, Universidade Federal da Bahia, UFBA

Doutorando da Escola Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com
seguinte linha de pesquisa: Saberes e Práticas Tradicionais da Etnia Bijagós e sua relações com
a Organização, Gestão e Conservação da Biodiversidade na Guiné-Bissau. E também membro
do grupo de pesquisa Educação, Etnicidade e Desenvolvimento Regional na Universidade do
Estado da Bahia, desenvolvendo atividades de pesquisa especialmente no projeto saberes, práticas,
educação e desenvolvimento: retratos da saga indígena Fulni-ô e Kariri Xocó no Nordeste
brasileiro.

Downloads

Publicado

2016-01-26

Como Citar

CARDOSO, A. ADMINISTRAÇÃO POLÍTICA E SABER BIJAGÓS: UMA PERSPECTIVA ANALÍTICA DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NA GUINÉ-BISSAU. Revista Brasileira de Administração Política, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 71, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/rebap/article/view/15576. Acesso em: 20 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos