Editorial
DOI:
https://doi.org/10.9771/cp.v14i4.46415Palavras-chave:
EditorialResumo
A inovação aberta se mostrou fundamental no combate à pandemia de COVID-19 no Brasil e no mundo, fortalecendo ainda mais a ideia da hélice tripla e, se observarmos mais atentamente, da hélice quíntupla. Ao rever os editoriais dos números anteriores da revista, nos deparamos com todos os elementos presentes nesses conceitos, desde a atuação das três hélices: governo, universidade e indústria, até a aceitação da sociedade e o impacto no meio ambiente, para compor as cinco facetas desse imbricado sistema de inovação. Assim, tivemos ampla discussão sobre a Política Nacional de Inovação e a necessidade de investimentos em ciência e tecnologia, sobre a atuação de profissionais e empresas no combate ao novo coronavírus, bem como sobre a forte atuação da academia, sendo a própria revista um vetor de contribuição, por meio da disseminação do conhecimento. Há que se considerar ainda aspectos relativos à sociedade e ao meio ambiente, fortemente trazidos à baila em diversos artigos.
Em relação à prevenção, ao analisar as vacinas contra a COVID-19 em desenvolvimento e cadastradas na Organização Mundial de Saúde, podemos observar que há 185 vacinas em fase pré-clínica e 114 em testes clínicos, sendo 24 na fase 3 e oito vacinas na fase 4. No Brasil, temos duas vacinas com registro concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e duas vacinas com uso emergencial concedido, além das vacinas que compõem o Consórcio Covax Facility. As vacinas em uso no Brasil envolvem diferentes tecnologias, desde o uso de vírus inativados, vetor viral não replicante e RNA mensageiro. Como exemplo de inovação aberta, destacamos a vacina desenvolvida na Universidade de Oxford e comercializada por meio de uma spinout, a Vaccitech, situada no Parque Tecnológico da própria universidade e detentora da propriedade intelectual da tecnologia. Essa tecnologia foi licenciada para a AstraZeneca pela Oxford University Innovation. No Brasil, ocorreu um contrato de transferência de tecnologia celebrado entre AstraZeneca UK Limited e a Fundação Oswaldo Cruz/Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos/Fiocruz. Ou seja, os elementos de inovação aberta estão perfeitamente representados, tendo destaque o conhecimento gerado na academia e as parcerias realizadas até o produto chegar à sociedade. Ao assistir palestra proferida no Encontro do Fortec pela pesquisadora da Fiocruz Beatriz de Castro Fialho, ficou evidente a importância da prospecção tecnológica para a escolha do imunizante citado, assunto que é fortemente explorado pela revista.
Dentro desse contexto, ressalta-se a importância do Fortec como entidade que impulsiona a inovação aberta, ao proporcionar um ambiente de interação e de incentivo para a geração e a transferência de tecnologia, com destaque para o mestrado profissional Profnit, formador de quadros de excelência para atuação nos mais diversos ambientes inovativos.
Continuando a contribuir com a disseminação dos conhecimentos científico e tecnológico, esta edição da revista Cadernos de Prospecção reúne 22 artigos de 66 autores que representam 20 organizações brasileiras de 12 Unidades da Federação localizadas em quatro regiões do Brasil e no Distrito Federal.
Desejamos a todos uma excelente leitura!
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