Arquitetando novas subjetividades: Tecnologias médicas e corpos dóceis
Resumen
O presente artigo faz uma revisão bibliográfica com o objetivo de refletir criticamente sobre o avanço e o crescente aumento do uso de tecnologias médicas e as suas implicações na construção de subjetividades humanas. Desse modo, parte-se da tese que, embora o avanço das tecnologias médicas contribua sistematicamente para o progresso da ciência, para a erradicação de doenças e o consequente aumento na qualidade de vida de indivíduos, a medicalização da existência tem fomentado a busca pelo controle das funções orgânicas e promovido importantes alterações nas maneiras como as pessoas se relacionam com seus corpos, especialmente no que diz respeito ao manejo das capacidades intelectuais e cognitivas, assim como tem contribuído para aumentar a busca por corpos livres das insatisfações individuais que se tornam também coletivas. Assim, após as discussões tecidas, percebe-se que as tecnologias biomédicas, o ambiente, cultura e economia têm contribuído para a produção de novas subjetividades humanas.
Palavras-chave: cidade; corpo; tecnologias médicas; subjetividades
Descargas
Citas
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 35. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
GUATTARI, F. A subjetivação subversiva. In: Teoria e Debate, n. 12, 1990, p. 60-65.
HEUER, Wolfgang. Corpo e vida: a crítica de Hannah Arendt à modernidade científica. Physis, Rio de Janeiro , v. 20, n. 2, p. 533-549, 2010. Disponível em : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312010000200011&lng=en&nrm=iso> Acesso em: 27 ago. 2017
KUNZRU, Hari. Genealogia do Ciborgue. In: TADEU, T. (Org.) Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2009, p.119-126.
LE BRETON,D. Adeus ao corpo: antropologia e sociedade. São Paulo: Papirus, 2008.
LÉVY, Pierre. O que é virtual? Rio de Janeiro: Editora 34, 2014.
MONTEIRO, Marko Synésio Alves. A política do corpo na tecnociência fáustica. Visualidades, v. 2, n. 2, 2004.
ORTEGA, Francisco. Do corpo submetido à submissão ao corpo. In: _______. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Garamond, 2008, p. 18-53.
________. Corpo e tecnologias de visualização médica: entre a fragmentação na cultura do espetáculo e a fenomenologia do corpo vivido. Physis, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 237-257, 2005. Disponível em : <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-73312005000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em : 28 ago. 2017.
________. O corpo transparente: visualização médica e cultura popular no século XX. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 13, p. 89-107, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000500006&lng=en&nrm=iso> Acesso em : 28 ago. 2017.
________. O corpo incerto: corporeidade, tecnologias médicas e cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
RABINOW, Paul; ROSE, Nikolas. Biopower today. In: BioSocieties, v.1, n. 2, p. 195-217, 2006.
SIBILA, Paula. Tecnociência. In: ________. O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002, p. 41-61.
STREY, M. N.; CABEDA, S. T. L. Corpos e subjetividades em exercício interdisciplinar. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.