As rodovias federais como vetores do desmatamento no Cerrado da Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense (RMSM)
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.70556Palavras-chave:
Cerrado, sensoriamento remoto, rodovias, transformaçõesResumo
Nas últimas décadas, os biomas brasileiros – entre eles, o Cerrado – vêm perdendo extensas áreas de floresta em decorrência da intensificação das atividades humanas, como pecuária, agricultura, silvicultura, monocultura e o próprio processo de ocupação e construção de rodovias. Este estudo tem como objetivo compreender, por meio de geotecnologias, como a abertura de rodovias federais atuou como vetor para o aumento do desmatamento no Cerrado da Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense. Os dados foram coletados nas bases do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e do MapBiomas, e processados com o software QGIS. Foram utilizados dados de uso e cobertura da terra, referentes aos anos de 1985 e 2023. Os resultados revelam uma redução média de 40% da cobertura florestal em todos os buffers analisados, com maior intensidade nas faixas mais próximas à malha viária. A classe agropecuária foi a que mais se expandiu, chegando a +137% no raio de 20.000 m das estradas. Também houve um crescimento expressivo nas áreas não vegetadas e corpos d’água, indicando transformações antrópicas intensas. Esses padrões espaciais confirmam o papel das rodovias como eixos estruturantes da reorganização territorial e da degradação ambiental no Cerrado.
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