Do litígio à emancipação: a formação territorial de Eunápolis no contexto das rodovias e da monocultura
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.69935Palavras-chave:
Organização do espaço, Rodovias, Desenvolvimento regional, Indústria de celuloseResumo
O objetivo do presente artigo foi o de discutir os aspectos históricos e geográficos da formação territorial do município de Eunápolis, localizado no extremo sul da Bahia, com ênfase nas redes de fluxos, como a construção de rodovias e a expansão da monocultura de eucalipto, que contribuíram para a dinâmica social e econômica, além de influenciarem a “evolução” territorial do município. Por meio da análise dos dados históricos, concluiu-se que a organização territorial de Eunápolis foi condicionada à construção e ao desenvolvimento das rodovias federais BR-101 e BR-367. Com a criação desses fluxos, foi possível evidenciar o estabelecimento de fixos que deram origem ao povoado e, posteriormente, à sua emancipação à categoria de município. Desde sua fundação, em 1948, Eunápolis operava em situação de litígio, pertencendo aos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália. Dessa forma, a sua elevação à categoria de município, na década de 1980, e o início da plantação de eucalipto, na década subsequente, ocorreram de maneira concomitante, resultando em uma mudança na configuração e na (re)organização socioespacial e econômica do município.
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