Ìyá Mi (Minha Mãe): reflexões sobre a natureza na cosmopercepção nagô enquanto matriz-progenitora e a sua presença na paisagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.56856

Palavras-chave:

Natureza, Paisagem, Percepções Afro-brasileiras, Patrimônio Cultural Afro-brasileiro, Cosmopercepção Nagô

Resumo

O presente texto cogita desenvolver, preliminarmente, ponderações sobre a natureza enquanto matriz-progenitora, assim como a representação dessa concepção na figura de Ìyá Mi (Minha Mãe), noção presente na cosmopercepção afro-brasileira, especialmente nos terreiros de candomblé da tradição nagô-ketu. Objetiva-se, igualmente, analisar o rebatimento desse conceito na produção, na modulação e na percepção das paisagens. A escolha do tema parte da premissa de contribuir com as reflexões a respeito da natureza, tendo como base os letramentos afro-brasileiros na sua dimensão religiosa, assim como minhas próprias experiências e percepções, desenvolvendo um processo de autognose enquanto pesquisador, desviando-se da tão cultuada neutralidade acadêmica; visto que os discursos acerca da natureza não são neutros, sendo na sua grande maioria apresentados a partir de convicções muito próprias e repletas de intencionalidades ideológicas e discursivas.

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Biografia do Autor

Denis Matos, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia (PPGAU-UFBA).

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Publicado

2023-12-15

Como Citar

Matos, D. (2023). Ìyá Mi (Minha Mãe): reflexões sobre a natureza na cosmopercepção nagô enquanto matriz-progenitora e a sua presença na paisagem. GeoTextos, 19(2). https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.56856

Edição

Seção

Ensaios