Os agentes modeladores da cidade de Aracati-CE no período colonial
DOI:
https://doi.org/10.9771/1984-5537geo.v7i2.5642Palavras-chave:
Espaço, Memória Urbana, Agentes Modeladores do EspaçoResumo
A cidade de Aracati (Ceará/Brasil) manifesta, na morfologia urbana, vestígios do apogeu econômico, herdados do século XVIII. A arquitetura e o traçado urbano remanescentes são suportes da memória urbana e revelam singularidades locais que a distinguem de outras vilas criadas no mesmo período histórico. A organização do espaço é resultado das forças que atuaram na sua produção, como a Igreja, as irmandades religiosas, o Estado português, os agentes econômicos (fazendeiros, comerciantes e charqueadores), a Câmara municipal e demais grupos sociais. Entender a trama entre esses agentes revela momentos únicos dessa memória urbana, o que explica a produção espacial. Através da paisagem urbana, verifica-se a lógica dos elementos construídos: o traçado urbano retilíneo, com ruas largas cortadas por becos, buscava adequar-se à dinâmica econômica da época; a arquitetura residencial com fachadas iguais foram diretrizes urbanas do Governo português. Os templos religiosos refletem a influência e o poder da Igreja Católica na organização socioespacial. A construção da cidade de costas para o rio Jaguaribe se deu devido ao fato de, na época, ser considerado um local insalubre, para onde seguiam os dejetos da vila. A compreensão, no tempo e no espaço, da formação socioespacial da cidade de Aracati foi possível graças a este estudo.
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