Estiagens, secas e os processos de arenização na Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu, sudoeste do estado do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v16i2.38159Palavras-chave:
Precipitação, Estiagem, Seca, Areais, Erosão dos solosResumo
Os processos de arenização no sudoeste do Rio Grande do Sul são altamente dinâmicos, ora por meio da água, ora por ação dos ventos que remobilizam as exposições arenosas nos períodos com ausência de chuva. Assim, tanto o excesso como a escassez pluviométrica são fundamentais para a compreensão desses processos. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho visa a analisar a ocorrência de estiagens e secas considerando uma série de dados pluviométricos (1970-2015) coletados na Bacia Hidrográfica do Arroio Miracatu, local este onde se encontra a maior extensão de áreas em processo de arenização. Considerando a metodologia empregada para a determinação de episódios de estiagem (períodos com mais de 15 dias sem chuva), constatou-se que houve registros em praticamente todos os anos estudados (exceto um). Mensalmente, a distribuição piramidal dos episódios coloca o trimestre maio-julho como o mais propício, embora possam ocorrer em qualquer época do ano. Contudo, a maior frequência de estiagens na década de 1970 é reflexo de um grande período seco, cuja determinação foi possível a partir do Índice Padronizado de Seca Pluviométrica.
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