A renda da terra e suas cambalhotas
uma discussão sobre renda fundiária urbana, solo como mercadoria e a centralidade do Iguatemi
DOI:
https://doi.org/10.9771/1984-5537geo.v1i1.3029Palavras-chave:
Produção espacial, Renda da terra, Planejamento invisÌvel, Urbanização, EstadoResumo
Este artigo analisa o processo de produção do mais novo centro de negócios de Salvador - a centralidade da área do Iguatemi. Valendo-se de uma discussão teórica sobre a renda da terra, este trabalho utiliza categorias de análise que possibilitam desvendar o processo de valorização de trechos do solo urbano nessa cidade. Partindo da interpretação de dados oriundos de projetos de planejamento municipal, estatísticas, legislação de uso do solo, notícias da imprensa, este trabalho mostra que essa centralidade surgiu como resultado de um sistema integrado de ações de diferentes agentes governamentais e privados nos últimos 40 anos. O artigo revela que por trás de discursos oficiais de desenvolvimento urbano e de políticas governamentais de planejamento, desenvolveram-se agendas e práticas de um planejamento urbano invisível, que alocou recursos e materializou trabalho numa porção .solo virgem. da cidade do Salvador. Este processo resultou na elevação do valor da renda fundiária dessa área, o que atendeu a interesses privados. Este estudo configura-se num esforço de tornar o invisível visível e fornece algumas bases para o uso de novos e alternativos modelos de interpretação da produção do espaço urbano.
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