Devir cigana- tradição, rupturas e empoderamento

Autores

  • Bárbara Jardim PPGNEIM-UFBA

Resumo

A presente entrevista com a  pesquisadora dos povos ciganos no Brasil, Cassi Ladi Reis Coutinho e Leda Oliveira Cruz, cigana da etnia Calon possibilita analisarmos os enfrentamentos interseccionais das mulheres de etnia cigana no Brasil. Pertencentes à comunidades de formação patriarcal, os modos de organização familiar dos povos ciganos suscitam debates, por vezes acalorados, com os feminismos hegemônicos. Esta entrevista propõe uma análise crítica que universaliza a categoria mulher e o conceito de opressão, com base nas experiências da mulher branca, ocidental.  Suscita reflexões acerca da mulher cigana no contexto das socialidades ciganas e da sociedade majoritária, em constante observação a outros marcadores sociais da diferença que atravessam de modo entrelaçado as suas experiências além do gênero (raça, etnia, classe, etc.) Nesse sentido, a trajetória de vida da cigana calin Leda Oliveira Cruz, e suas rupturas com parte das tradições étnicas de seu grupo, possibilitam também pensarmos a temática do poder e empoderamento em contexto feminista, como um processo espiralado, prático, que visa transformar as condições de opressão e subordinação das mulheres nas sociedades patriarcais.

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Biografia do Autor

Bárbara Jardim, PPGNEIM-UFBA

Mestranda em Estudos Interdisciplinas sobre Mulheres, Gênero e Feminismos- UFBA. Linha de pesquisa Gênero, Ciência e Educação. Pesquisadora dos povos de etnia cigana no Brasil, mulheres ciganas da subetnia Calon.

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Publicado

2020-12-24

Como Citar

JARDIM, B. Devir cigana- tradição, rupturas e empoderamento. Revista Feminismos, [S. l.], v. 8, n. 1, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/42861. Acesso em: 23 dez. 2024.

Edição

Seção

Entrevista