Devir cigana- tradição, rupturas e empoderamento
Abstract
A presente entrevista com a pesquisadora dos povos ciganos no Brasil, Cassi Ladi Reis Coutinho e Leda Oliveira Cruz, cigana da etnia Calon possibilita analisarmos os enfrentamentos interseccionais das mulheres de etnia cigana no Brasil. Pertencentes à comunidades de formação patriarcal, os modos de organização familiar dos povos ciganos suscitam debates, por vezes acalorados, com os feminismos hegemônicos. Esta entrevista propõe uma análise crítica que universaliza a categoria mulher e o conceito de opressão, com base nas experiências da mulher branca, ocidental. Suscita reflexões acerca da mulher cigana no contexto das socialidades ciganas e da sociedade majoritária, em constante observação a outros marcadores sociais da diferença que atravessam de modo entrelaçado as suas experiências além do gênero (raça, etnia, classe, etc.) Nesse sentido, a trajetória de vida da cigana calin Leda Oliveira Cruz, e suas rupturas com parte das tradições étnicas de seu grupo, possibilitam também pensarmos a temática do poder e empoderamento em contexto feminista, como um processo espiralado, prático, que visa transformar as condições de opressão e subordinação das mulheres nas sociedades patriarcais.
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