LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, CONTROLE DOS CORPOS E REPRODUÇÃO SOCIAL EM TEMPOS DE FASCISTIZAÇÃO POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.9771/rf.12.2.62562Palabras clave:
aborto; direitos reprodutivos; feminismo; materialismo; extrema-direitaResumen
O controle sobre os direitos reprodutivos está no centro da disputa sobre a reprodução social no capitalismo. A falta de autonomia para decidir sobre uma gestação é, após o feminicídio e a violência de gênero, uma das expressões mais extremadas da apropriação da máquina-força-de-trabalho feminino (Guillaumin, 1992), que permite a manutenção da divisão sexual do trabalho (Kergoat, 2009) e, consequentemente, de uma forma específica de exploração-dominação estruturante para a sustentação do sistema capitalista. Desde a Nova República, o acesso aos direitos reprodutivos no Brasil tem sido moeda de troca em negociações políticas no campo progressista, e, mais recentemente, com a intensificação da agenda neoliberal, alvo de ataques pela extrema-direita. Neste artigo, trataremos da ofensiva conservadora ao aborto legal considerando o entrelaçamento entre o backlash atual e o neoliberalismo.
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