SOLIDÃO DA MULHER NEGRA IDOSA NO RECÔNCAVO BAIANO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/rf.v12i2.55652

Palavras-chave:

envelhecimento; solidão; mulheres idosas; interseccionalidade.

Resumo

Neste artigo analisamos os impactos da solidão na vida de mulheres negras idosas do recôncavo baiano a partir de uma perspectiva interseccional. Para isso, optou-se metodologicamente pela pesquisa qualitativa. Como fonte de dados utilizamos as entrevistas a fim de conhecer suas narrativas de vida. Os resultados da investigação apontam que a maior longevidade feminina não é sinônimo de viver bem. Que a solidão é um fenômeno complexo e subjetivo que causa um estado psíquico de sofrimento e pode ser refletido no corpo e nas relações sociais das pessoas. No caso das mulheres idosas, ela realiza-se a partir de outras categorias e dimensões sociais, como sua raça/etnia, sua classe social, seu nível educacional, condições de saúde, etc. Nesse sentido, o embricamento dessas categorias tende a produzir dimensões mais profundas das desigualdades.

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Biografia do Autor

Rosemeire da Hora dos Santos, Unilab

Assistente Social, graduada pela Universidade Católica do Salvador (2018), graduação em Ciências Sociais pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (2023), especialista em Gestão do Sistema Único de Assistência Social (2023). Participou de pesquisa sobre envelhecimento ativo junto a instituição Espaço Viver em São Francisco do Conde- Ba (2017); realizou pesquisa sobre o envelhecimento de mulheres negras no recôncavo da Bahia. Possui como área de interesse de pesquisa questões relativas ao envelhecimento, políticas sociais, gênero, raça, classe, e solidão.

Andressa de Freitas Ribeiro, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Doutora pelo programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com realização do doutorado sanduíche pelo período de um ano na França, em Aix-Marseille Université, financiado pela CAPES. Possui mestrado em Ciências Sociais e graduação ( licenciatura em Ciências Sociais e bacharelado em Antropologia) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Durante o doutorado, realizou pesquisa sobre a relação entre corpo, gênero e desejo em experiências transmasculinas. Também realizou, durante o mestrado e a graduação, estudos nas temáticas de gênero, sexualidade, corpo e espaço. Ainda na graduação, realizou pesquisa na área de sociologia urbana, mais especificamente, sobre o crescimento dos condomínios horizontais fechados, vulnerabilidade social e a dinâmica urbana na cidade de Salvador-BA. Realizou, também, monitoria e trabalho de campo em sete bairros periféricos de Salvador através da disciplina de redução de danos em substâncias psicoativas, em uma parceria da UFBA com a instituição Fátima Cavalcanti. Entre os anos de 2012 e 2013 foi professora temporária de sociologia do IFBaiano e entre 2017 e início de 2018 foi professora temporária de sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente é professora adjunta A da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira e autora do livro "Da Av. Cerqueira Lima ao Beco dos Artistas: um espaço de sociabilidade GLS". Integra os grupos de pesquisas ECSAS (Núcleo e Estudos em Corporalidades, Sociabilidades e Ambientes) e FEMPOS (Pós-colonialidades, feminismos e epistemologias anti-hegemônicas)

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Publicado

2024-11-04

Como Citar

DA HORA DOS SANTOS, R.; DE FREITAS RIBEIRO, A. . SOLIDÃO DA MULHER NEGRA IDOSA NO RECÔNCAVO BAIANO. Revista Feminismos, [S. l.], v. 12, n. 2, 2024. DOI: 10.9771/rf.v12i2.55652. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/55652. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos