CHAMADA DE TRABALHOS PARA O DOSSIÊ; Gênero e feminismos em comunidades tradicionais e racializadas

2024-05-09

CHAMADA DE TRABALHOS PARA O DOSSIÊ; Gênero e Feminismos em comunidades tradicionais e racializadas. Organizadoras:  Julia Abdala (UFRB), Patrícia C. Rosa (Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Elisa Urbano Ramos, mulher indigena do povo Pankararu doutoranda UFPE. A ser publicado no Volume 12, No. 2 (2024), Chamada inicial em 15 maio/24; Data de Fechamento em 31 julho/24; Publicação 30 OUT/24. 

Gênero e feminismos em  comunidades tradicionais e racializadas

Embora o imperativo de pensar gênero conjuntamente à raça, região, classe e outras categorias de pertencimento social já esteja bem fundamentado nas ciências sociais, humanidades e estudos feministas e de gênero, as articulações entre essa perspectiva e os estudos de comunidades tradicionais e racializadas, particularmente em contextos não urbanos, ainda não se encontram consolidadas. Tendo isso em vista, esse ST se volta às reflexões que articulam o gênero como parte dos modos de conceber e constituir (ou não) as relações sociais, com enfoque em comunidades tradicionais (povos originários, quilombolas, comunidades extrativistas, rurais e camponesas, entre outros), mas também feminismos e experiências gendradas de mulheres racializadas (negras, indígenas, migrantes, entre outras) em contextos urbanos e propõe acolher trabalhos e relatos de experiências que considerem:

- Os elementos (sociais, políticos, econômicos, ambientais cosmológicos, etc.) que perfazem os ordenamentos de gênero e constituem a presença das mulheres nesses contextos, seus diferentes entendimentos de gênero e os efeitos dessas concepções na sociabilidade das comunidades (as práticas, experiências e marcadores relacionados a esses processos de constituição de gênero, as formas de habitar vinculadas às dinâmicas e hierarquias resultantes dessas concepções);

- A participação das mulheres (e/ou a divisão genderificada) em perspectiva da equidade, discutindo de que maneiras ocorrem, são gerados e gerenciados mecanismos de acesso à informação, educação, saúde, aos espaços decisórios e na gestão política e econômica dos territórios e dos recursos naturais, assim como as implicações e questões geradas a partir de suas circulações em outros contextos;

- A relevância e operação do gênero e categorias interseccionadas na constituição dos sujeitos políticos e das lutas sociais dessas populações, bem como em sua interação com o Estado, capital, fundações, agências e órgãos nacionais e internacionais e outros atores;

- A compreensão e teorização das intersecções, cruzamentos ou sobreposições de categorias de pertencimento social (gênero, região, raça, etnia, etc.) a partir das experiências situadas desses sujeitos;

- A interação dessas concepções e teorizações com os entendimentos prevalentes das relações de gênero, da sociabilidade dessas comunidades e da teoria social – de que forma colocam questões ou problematizam formulações teóricas centrais às ciências e teorias sociais? Como auxiliam ou limitam as formulações teóricas do Sul, decoloniais ou abordagens da ecologia decolonial?

- Os encontros e diálogos teóricos, metodológicos e políticos que essas pesquisas e experiências estabelecem ou podem estabelecer com outras pesquisas e ativismos voltadas a compreender gênero e feminismos em espaços não hegemônicos (negros, queer, transfeminismos, putafeminismos, entre outros);

- O rendimento e as questões levantadas por pesquisas que problematizam, interrogam e se beneficiam do lugar da pesquisadora na produção do conhecimento.

 

Propositoras:

Profa. Dra.  Julia de Souza Abdalla, doutora em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas, professora na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e pesquisadora vinculada ao Laboratório de Lesbianidades, Gênero e Raça - LES (UFRB), ao Coletivo Angela Davis (UFRB) e ao Grupo de Pesquisa Territorialidades e Governança Socioambiental na Amazônia (Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá). E-mail: juh.abd@gmail.com

Dra. Patrícia Carvalho Rosa (Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá), doutora em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas, pesquisadora titular no Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, onde é coordenadora do Grupo de Pesquisa Territorialidades e Governança Socioambiental na Amazônia e do Programa Mulheres na Ciência e Inovação. E-mail: prosacarvalhorosa@gmail.com

Me. Elisa Urbano Ramos, mulher indígena do povo Pankararu, Pernambuco. Professora indígena, mestre e doutoranda em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atual coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da APOINME (Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo). E-mail: elisaurbanoramos@gmail.com