Breve ensaio sobre as ideias sobre educação de José Martí e Domingo F. Sarmiento.

Abstract

José Martí lutou por uma educação que valorizasse os traços do povo sofrido destas terras, juntamente com o orgulho de se sentir filho das repúblicas dolorosas da América. Sonhou com uma educação que desse a munição para a libertação, mas que não mudasse a natureza de luta, a relação com a terra e o orgulho que o latino carrega no peito. Essa educação serviria para retirar o homem da barbárie imposta pelo estrangeiro. Barbárie que também foi muito combatida por outra figura latina, Domingo F. Sarmiento. Através do que poderia ser considerada uma “modernização conservadora”, Sarmiento implementou uma série de políticas educacionais, alicerçadas no modelo europeu de modernização, que visavam a desenvolver economicamente e culturalmente a Argentina do século XIX. Através da idéia de retirar o povo argentino da barbárie social ao qual estava inserido, Sarmiento instituiu o ensino primário, público, obrigatório e laico. Fundou, também, centros de ensino profissional, alicerçando assim sua idéia de uma integração entre educação e desenvolvimento econômico e industrial. Tanto Martí, com seu Americanismo, e Sarmiento, com sua luta incessante contra a barbárie, traçam caminhos parecidos na busca pela valorização das pátrias latinas, mas acabam por diferenciarem-se quando se é levado em consideração a forma e as armas utilizadas na busca por essa valorização, por essa independência. Este artigo visa a fazer um breve ensaio entre as ideias sobre educação de Martí e as políticas educacionais de Sarmiento, buscando pontos de aproximação e de distanciamento do ideário pedagógico de ambos.