Amor, docência e Hannah Arendt: um diálogo proposto no/pelo mundo
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v9i2.30647Keywords:
Amor, Docência, Educação, Formação de professoresAbstract
Este ensaio tece considerações a respeito do conceito de amor mundi, conforme sugerido por Hanna Arendt, e a formação docente. O desafio proposto se coloca em, através do amor, propor um diálogo no/do mundo com a educação, anunciando sentidos, sem cometer o erro de defini-los: conceber o amor em sua transversalidade, ao mesmo tempo, sútil e densa, e a presença deste como possibilidade de ação política do professor em sua existência humana. O texto parte de uma contextualização sobre a noção de amor mundi para, posteriormente, apresentar ressonâncias dessas ideias na formação e exercício da docência. Insere a formação de educadores em uma abordagem complexa e multirreferencial, situada nos atravessamentos de fluxos de permanência e de emergência, das experiências humanamente temporalizadas, para sugerir que sejam fundadas novas éticas amorosas que respeitem as liberdades dos processos de subjetivação. Por fim, coloca o amor mundi, de Arendt, como um convite a fazer um exercício, mais do que de reflexão, de incursão ativa na vida, tendo a abertura para o amor ao mundo, em suas múltiplas aparências e maneiras de expressão, como uma possibilidade de empreendimento de novas formas de educar, que potencializem relações plurais e solidárias ao mundo comum.Downloads
References
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. Tradução Alfredo Bossi e Ivone Castilho. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
ALMEIDA, Sievers Vanessa. Educação em Hannah Arendt: entre o mundo deserto e o amor ao mundo. São Paulo: Cortez, 2011.
ARENDT, Hannah. O conceito de amor em Santo Agostinho. Trad. Alberto Pereira Dinis. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa de Almeida. 3ª reimpressão da 5ª ed. de 2000. São Paulo: Perspectiva, 2005.
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tradução de Roberto Raposo. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010.
AUTORA, 2018.
AUTORA; CANDA, Cilene Nascimento, 2018.
BAUMAN, Zygmunt. Vida líquida. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2005.
BORBA, Sérgio. Aspectos do conceito de multirreferencialidade nas ciências e nos espaços de formação. In: BARBOSA, Joaquim. (org). Reflexões em torno da abordagem multirreferencial. São Carlos: EDUFSCAR, 1998, p. 35-55.
DUARTE, André. Hannah Arendt e o pensamento político sob o signo do amor mundi. In: YUNES, Eliana (Org.) Mulheres de palavras. São Paulo: Edições Loyola, 2003.
GALEFFI, Dante; SALES, Kathia Marise Borges. Tudo que é real é virtual. Tudo que é virtual é real: considerações sobre a temporalidade mediada. In: ARNOUD, Soares de Lima Júnior (org.), Educação e contemporaneidade: Contexto e singularidades. Salvador, EDUFBA: EDUNEB, 2012, p. 103-124.
MORIN, Edgar. Amor, poesia e sabedoria. [Trad. Ana Paula de Viveiros]. Instituto Piaget. Lisboa. 1997.
MORIN, Edgard. Introdução ao pensamento complexo. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007.
PEREIRA, Marcos Vilela. Estética da Professoralidade: um estudo crítico sobre a formação do professor. Santa Maria, RS: Ed. Da UFSM, 2013.