“Raciocínio sociológico” e “raciocínio histórico”: as tensões entre duas tradições epistemológicas segundo Passeron a Prost
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v7i2.24907Keywords:
“raciocínio sociológico”, “raciocínio histórico”, métier de historiador, métier de sociólogoAbstract
Analisar dois tipos de racionalidade, que tanto aproximam quanto distanciam historiadores de sociólogos, é o objetivo primordial deste artigo. Para tanto, nos centramos nas abordagens apresentadas pelo sociólogo francês Jean-Claude Passeron e pelo historiador também francês Antoine Prost. Na tentativa de distinguir o “raciocínio sociológico” do “raciocínio histórico”, pautamo-nos inicialmente num diálogo entre esses dois pesquisadores, cujo foco é o lugar privilegiado que o ensino ocupa nos encontros reflexivos de ambas as disciplinas, o que não é comum em outros campos do conhecimento. É com base nesta perspectiva que nossos pesquisadores exploram suas concepções epistemológicas e desenvolvem seus argumentos sobre as aproximações/distanciamentos entre essas duas disciplinas e sobre o métier de historiador e o métier de sociólogo. Na tentativa de melhor compreender uma dimensão cara aos dois pesquisadores (a “convergência epistemológica entre história e sociologia”), elaboramos algumas assertivas que procuram caracterizar o movimento de aproximação/distanciamento do raciocínio sociológico com o polo experimental; outras foram elencadas para situar esse mesmo movimento relacional com o polo da reflexividade histórica. Nosso interesse foi destacar dimensões que ao mesmo tempo em que conceituam o raciocínio sociológico, definem o raciocínio histórico.Downloads
References
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 4ª ed., 2001.
BOURDIEU, Pierre; CHAMBOREDON, Jean-Claude; PASSERON, Jean-Claude. A profissão de sociólogo. Preliminares epistemológicas. Petrópolis: Vozes, 1999.
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins Claret, 2003 [1895].
DURKHEIM, Émile. L’évolution pédagogique en France. Cours pour les candidats à l’Agrégation prononcé en 1904-1905. Paris: PUF, 1938.
MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 4ª ed., 1975.
PASSERON, Jean-Claude. Le raisonnement sociologique. L’espace non-poppérien du raisonnement naturel. Paris: Nathan, 1991, p. 57-88.
PASSERON, Jean-Claude; PROST, Antoine. L’enseignement, lieu de rencontre entre historiens et sociologues. Sociétés contemporaines, nº 1, mars 1990. Histoire et sociologie, p. 7-45. Disponível: http://www.persee.fr/doc/socco_1150-1944_1990_num_1_1_940.
PROST, Antoine. L’enseignement s’est-il démocratisé? Les élèves des lycées et collèges de l’agglomération d’Orléans de 1945 à 1980. Paris: PUF, 1986.
SANTIAGO, Silviano. “O entre-lugar do discurso latino-americano”. In: Uma literatura nos trópicos. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978, p. 11-28.
SOUZA, Marcos Aurélio dos Santos. O entre-lugar e os estudos culturais. Travessias. Cascavel: Universidade Estadual do Oeste do Paraná, v. 1, n. 1, 2007, p. 486-498. Disponível: http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/2748.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1967 [1904].