Vidas inimigas, necropolítica e interseccionalidade: da exclusão na educação ao suicídio/assassinato de pessoas trans

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/re.v11i1.45614

Resumo

Em tempos de fortalecimento de governos de extrema-direita em aliança com os fundamentalismos religiosos, a guerra contra populações acusadas de ser inimigas das igrejas cristãs, da família e dos bons costumes é reforçada explicitamente por meio de políticas conservadoras e genocidas. Esse projeto genocida e epistemicida tem fortes raízes estruturais, fruto do projeto colonial, derivado, sobretudo, da invasão branca europeia do nosso continente. As pessoas negras enfrentam políticas de extermínio de suas tradições, identidades, suas histórias e de suas vidas. Pessoas negras, transsexuais e travestis, pobres, especialmente, são os principais alvos dessas políticas de morte. Essas necropolíticas marcadas pelas suas especificidades na ação do Estado, inicia na exclusão da escola e chega ao homicídio propriamente dito, seja por meio da produção do suicídio - pessoas suicidadas intencionalmente pelo Estado, seja pela vulnerabilidade social seja pela violência cotidiana. Pessoas trans e travestis têm sido historicamente objeto de classificação e diagnóstico pelas ciências biomédicas e psi, mediante critérios que desconsideram a singularidade de trajetórias de cada sujeito, bem como sua humanidade. Esses grupos enfrentam a patologização de seus corpos, bem como o abandono e as violências estruturais como crime de Estado. Neste artigo buscamos diagramar os mecanismos necropolíticos por meio da análise de fontes múltiplas, sobretudo aquelas de domínio público, dados estatísticos, relatos de exclusão escolar e violência publicados nas redes sociais. Nos valeremos de uma análise dos enunciados ali presentes na descrição dos mecanismos de exclusão e morte conduzidos pelo Estado.

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Publicado

2022-05-02

Como Citar

Pereira Goulart, V., & Caetano Nardi, H. (2022). Vidas inimigas, necropolítica e interseccionalidade: da exclusão na educação ao suicídio/assassinato de pessoas trans. Revista Entreideias: Educação, Cultura E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.9771/re.v11i1.45614

Edição

Seção

Nº temático: Pedagogias o presente: Como nos tornamos o que somos? (finalizado)