Práticas conservadoras e educação brasileira: reflexões sobre a ditadura militar (1964-1985) e o século XXI

Resumo

o presente artigo tem o objetivo de analisar as relações entre conservadorismo e educação brasileira em diferentes contextos históricos, especialmente entre a Ditadura Militar (1964-1985) e o cenário pós-eleições de 2018. Para a realização de tal análise, recorremos ao conceito ferramenta de prática. Foram mobilizados estudos sobre o cenário atual, os quais apontam a relação entre neoliberalismo e neoconservadorismo, bem como fontes históricas referentes ao período de ditadura, sendo elas o texto da Reforma do Ensino de 1971 e um volume da Enciclopédia Didática de Pesquisa. De forma geral, o texto encontra-se dividido em 4 partes. Na primeira parte, apresentamos as influências que o conservadorismo e o neoliberalismo têm exercido na Educação brasileira, bem como apresentamos o conceito de prática como ferramenta teórico-metodológica. Na sequência, apresentamos algumas características do período anterior ao Golpe Militar de 1964, identificando a emergência da significativa polarização entre as esquerdas e a direitas. No terceiro tópico, apresentamos as práticas de cunho conservador adotadas pelo Estado em relação à educação, durante o período de ditadura. Para finalizar, analisamos o exemplar de Educação Moral e Cívica, integrante de um conjunto de livros referentes às disciplinas escolares, publicados pela Editora Didática Paulista LTDA, de São Paulo. Os resultados, ainda iniciais, apontam para a existência de práticas atuais que, de alguma forma, possuem emergência em períodos históricos autoritários, apesar de suas diferenças.