Pierre Bourdieu e Paulo Freire: um diálogo pela Educação
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v9i3.31899Palavras-chave:
Desigualdades sociais, Pedagogia Libertadora, Sociedade e EducaçãoResumo
A realidade da educação brasileira atualmente demonstra que existe uma variedade de práticas educativas colocadas em ação nas escolas, tais elas que seriam um reflexo das várias teorias já publicadas e experimentadas ao longo dos estudos pedagógicos. Pierre Bourdieu, em sua teoria, demonstrou que os sistemas de ensino atuariam como mecanismos de reprodução e legitimação das desigualdades sociais. Paulo Freire, ao construir sua teoria sobre a educação, constatou que a realidade da sociedade se apresentaria na forma de opressão dos povos, elaborando um método de educação para a libertação dos oprimidos. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio foi compreender a teoria crítico-reprodutivista de Pierre Bourdieu e a teoria crítica de Paulo Freire, a fim de que se pensasse de que forma o diálogo entre ambas poderia contribuir com as práticas educativas. A metodologia ocorreu por meio da revisão de literatura sobre essas teorias, e da análise das informações observadas a partir delas. Trata-se, assim, de um estudo bibliográfico de objeto qualitativo. As análises do ensaio observaram que a escola atuaria como um meio de reprodução e legitimação das desigualdades sociais, e que, ao se impor sobre os estudantes, ela agiria como um mecanismo próprio das sociedades opressoras. Nessa perspectiva, a correlação entre os fundamentos teóricos dos dois autores revelou que é preciso romper com as práticas educativas tradicionais e não críticas, as quais reforçam e, desse modo, atuam para a manutenção da sociedade desigual tal qual ela se apresenta.Downloads
Referências
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