Amor, docência e Hannah Arendt: um diálogo proposto no/pelo mundo
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v9i2.30647Palavras-chave:
Amor, Docência, Educação, Formação de professoresResumo
Este ensaio tece considerações a respeito do conceito de amor mundi, conforme sugerido por Hanna Arendt, e a formação docente. O desafio proposto se coloca em, através do amor, propor um diálogo no/do mundo com a educação, anunciando sentidos, sem cometer o erro de defini-los: conceber o amor em sua transversalidade, ao mesmo tempo, sútil e densa, e a presença deste como possibilidade de ação política do professor em sua existência humana. O texto parte de uma contextualização sobre a noção de amor mundi para, posteriormente, apresentar ressonâncias dessas ideias na formação e exercício da docência. Insere a formação de educadores em uma abordagem complexa e multirreferencial, situada nos atravessamentos de fluxos de permanência e de emergência, das experiências humanamente temporalizadas, para sugerir que sejam fundadas novas éticas amorosas que respeitem as liberdades dos processos de subjetivação. Por fim, coloca o amor mundi, de Arendt, como um convite a fazer um exercício, mais do que de reflexão, de incursão ativa na vida, tendo a abertura para o amor ao mundo, em suas múltiplas aparências e maneiras de expressão, como uma possibilidade de empreendimento de novas formas de educar, que potencializem relações plurais e solidárias ao mundo comum.Downloads
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