A queixa escolar e a atuação de psicólogos nos serviços públicos de Assistência Social da Bahia: perfil, práticas e concepções

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar parte dos resultados de ampla pesquisa realizada visando analisar como tem se dado o atendimento às queixas escolares por parte de psicólogos que atuam nos serviços públicos de Assistência Social no Estado da Bahia. Para tanto, 60 psicólogos responderam um questionário com questões referentes ao perfil profissional, ao perfil das demandas escolares e às modalidades de atendimento a tais demandas. A partir da análise dos questionários, é possível identificar um perfil profissional feminino, pardo, jovem, recém-formado, que encontrou no serviço público de assistência social o primeiro emprego. Quanto ao perfil das demandas escolares, ressalta-se o encaminhamento, sobretudo de meninos, pardos e pretos, com idades entre 6 e 12 anos, provenientes do ensino fundamental na rede pública, e que vivem em condição de pobreza ou extrema pobreza, sendo por vezes alvo de discriminação na escola. No que se refere às modalidades de atuação, a pesquisa aponta que predomina o encaminhamento para outros serviços, sobretudo de atendimento clínico dos alunos e suas famílias. Quando as demandas escolares são atendidas nos CRAS e CREAS da Bahia, as estratégias de atuação envolvem, essencialmente, os alunos e suas famílias, quer seja no atendimento clínico individual e na avaliação psicológica, quer seja no atendimento em grupos, sendo a presença da escola bastante modesta. O artigo pretende contribuir com a consolidação de práticas críticas no atendimento da queixa escolar nos serviços públicos de assistência social, para onde inúmeras crianças têm sido encaminhadas pelas escolas para atendimento psicológico.