Perfil epidemiológico e tendência temporal da morbidade hospitalar por neurite óptica no Brasil, 2012-2022
DOI:
https://doi.org/10.9771/cmbio.v22i3.57635Keywords:
Neurite óptica, esclerose múltipla, epidemiologia, série temporal, Sistema Único de SaúdeAbstract
Introdução: a neurite óptica (NO) é uma doença inflamatória do nervo óptico, com incidência anual de um a cinco casos a cada 100 mil pessoas, acometendo, principalmente, indivíduos do sexo feminino. Pode ocasionar perda parcial ou total da visão, diminuição da acuidade visual, deficiência na percepção das cores, dentre outros sintomas. Define-se como típica ou atípica, a depender de como se manifesta, ou se sua ocorrência está associada a outra doença, como a esclerose múltipla ou o distúrbio do espectro da neuromielite óptica, por exemplo. O diagnóstico e o tratamento variam de acordo com sua etiologia, e a NO pode ser identificada a partir de avaliação clínica e exames de imagem, como a ressonância magnética. A utilização de corticosteroides tem sido a abordagem de tratamento tradicional, acelerando a recuperação. No Brasil e demais países latino-americanos, são poucos os estudos epidemiológicos a respeito da temática e, portanto, o presente estudo pretendeu analisar o perfil epidemiológico da morbidade hospitalar por NO e sua tendência temporal no Brasil entre 2012 e 2022. Metodologia: trata-se de um estudo de série temporal, com dados secundários sobre tendência das taxas de internação por NO a partir dos registros do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde. Foi utilizado o modelo de Prais-Winsten para análise da série temporal, adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: foram registradas, no período, 6.375 internações por NO, sendo que 66% se referiam a residentes da região Sudeste. Do total, 65% eram do sexo feminino, 50% de cor branca e 56% se situavam na faixa etária de 20 a 49 anos. Os resultados obtidos, no que concerne às variáveis analisadas, apresentam números distintos, a depender da região de residência, o que aponta uma diversificação dos dados. Conclusão: apesar das limitações enfrentadas, acredita-se que o presente estudo e seus resultados podem contribuir para novas investigações a respeito do perfil epidemiológico da doença no Brasil.
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