Triagem auditiva em crianças expostas ao Zika vírus durante a gestação
DOI:
https://doi.org/10.9771/cmbio.v16i3.24387Palavras-chave:
Microcefalia. Zika Vírus. Anormalidades Congênitas. Perda auditivaResumo
Introdução: Em setembro de 2015, após um surto de zika vírus, um flavivírus transmitido pelo mosquito Aedes, observou-se um aumento anormal no número de bebês nascidos com microcefalia em áreas afetadas por esse vírus. Com uma propagação rápida, a incidência de microcefalia aumentou em vinte vezes quando comparada à de anos anteriores. Objetivo: Verificar o índice de falha na triagem auditiva de crianças expostas ao zika vírus durante a gestação. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. A população-alvo foi constituída de crianças nascidas entre abril de 2015 a dezembro de 2016, encaminhadas para o ambulatório de confirmação de microcefalia relacionada ao zika vírus, no Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia. Foram incluídas crianças com suspeita de síndrome congênita do zika vírus, com ou sem microcefalia, nascidas de mães com infecção por zika vírus confirmada por sorologia durante a gravidez ou com rash cutâneo autorreferido. Os testes de triagem realizados foram emissões otoacústicas por transientes (EOAt) e Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) nas intensidades de 80/30 dB. Considerou-se “passa” quando a criança obteve respostas adequadas nos dois testes. Resultados: Foram revisados os dados de 76 crianças. A idade média de realização dos testes foi de 101±86 dias, e 65,8% delas eram do sexo feminino. A prevalência de falha nas emissões otoacústicas foi 6,6%, considerando teste e reteste. No PEATE, todas obtiveram condução nervosa com latências absolutas e intervalos interpicos adequados à idade e nível mínimo de resposta com amplitude clara em 30dBNA. Conclusão: A prevalência de falha na triagem auditiva foi de 6,6% considerando teste e reteste. Os resultados sugerem uma provável alteração condutiva entre os que falharam nas EOAt, visto que tinham presença de resposta eletrofisiológica a 30dBNA e latências absolutas dentro da normalidade na pesquisa da condução nervosa no PEATE. Os dados disponíveis não permitem confirmar a natureza da alteração nem estimar a acuidade auditiva com precisão.
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